Nem outra febre te treme
Nem outro creme
Nem outra crença compensa
Nem outro crime
A mesma festa é a raspa do teu humor
A sobremesa não presta
A festa é a mesma
A mesma resposta
O mesmo gol
Nem na nata, nem na draga
Nem na sarjeta
Nem pose, nem passeata
Que eu sei toda a reza
A sua arte combate ou só faz show?
A sua greve se atreve?
Ou você se trava?
Ou trama a chegada de um novo Sol?
Nada que brilha essa noite é colírio
No meu delírio
Você faz a falta
Na conta mais alta
Na ponta da régua
Trégua
Trégua
Trégua
Dois pontos e nenhum traço
Tudo no abraço
O esboço como contrato
Nada no bolso
A ponte que aproximava
Já desabou
A estrada agora é uma reta
A seta está torta
Aponta uma rota qualquer
E só
Nada que brilha essa noite é colírio
Pro meu delírio
A falta é um soco
De quem quer o troco
Engula esse fora
Tóra!
Tóra!
Tóra!