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Confira a Letra O Preço de Amanhã

Chiocki

O Preço de Amanhã

Ultimamente eu tenho me cobrado tanto
Converso comigo de todo terreno que planto
Sei que nunca fui santo mas nunca fui sangue ruim
Não ostento que ganho não quero comer só capim

Coloca o tênis não posso parar pra pensar
Profissão seria melhor chego a pensar em parar
Rosto amassado, olheira, no bolso trocado
Quase sempre atrasado, quase eu nunca to calmo

As vezes eu ouço boatos daquele, daquela
Ele virou empresário e ela camela
Lembro do nerd da escola, daqueles que só joga bola
O nerd casou muito cedo outros enfrentam desemprego

Levo a mochila nas costas, eu levo meu mundo a volta
Encontro com gente disposta
Esbarro com gente que chora
Carpinteiro, babá, segurança e o cobrador
Faxineiro, estudante, atendente e também um pastor

Existe a classe carente, que trampa pra classe mais rica
Existe classe depressiva, desconta na que mais precisa
Cê pode ter ouro e prata e sentir um pouco mais rico
Da dizimo salva a alma descansa no abrigo divino

Sou cria do pai que venceu em são paulo, que já tiraram
Muito sarro que guarda é muita ambição
Sou cria da mãe que desde menina, trabalha como diarista
E se trata sempre com a religião

Qual o preço de amanhã? sei que reclamo mais eu faço
Então não sou uma pessoa sã
O que vc faria pra viver do seu amor?
Como dizem pra ganhar a gente sente dor

Dirigi ai, pega a inchada, lava os pratos
A gente se vira de algum jeito isso é fato
Não vou deixar barato o meu tempo sofrido
Minha vitória é em segundo sei que é esquisito

Já pago mico trampo pra paga os meus estudo
E eu vou fundo, minimo é garanti futuro

Acorda, trampa, corre, estuda
Cedo, anda, logo sua
Cansa, enjoa, tédio encosta
Fadiga dia de prova

Acorda, trampa, corre, estuda
Cedo, anda, logo sua
Acorda!

Finalmente o dia acaba, eu volto de noite
As vezes ou de madrugada
Um suspiro, alívio, um gole de água
Poluição diminui as estrelas na estrada

Quanto mais perto de casa, mais minha fome
Aumenta, mais me consome o hobby até me atrapalha

Uma chuveirada esquenta, hoje eu arrumo a treta
Aquele relógio amanhã não desperta gargalha

Enxergo a cores sabor que difere meu dia
Não é só rumores é tudo que aqui me fascina mó pilha

Mais uma faxina eu tiro poeira dos ombros
Então não vacila, sem a piedade
O mundo te ataca com combos

Sou cria do pai que venceu em são paulo, ele já sofredor
Um bocado eu vi com meus olhos e sei o valor
Sou cria da mãe do trabalho braçal
Não descansa nem quando
Ta mal e me preparou pra alegria e rancor

Só vou dormir, quando terminar
E pra quem quer fazer algo da um jeito não espera chegar
Qual que é o preço de amanhã?
Eu não pago de louco e também não preciso deitar num divã

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