Interlúdio

Só herói fardado
Moca no mato
Entra pataco
A bica é o homem de fato
Quem tá pelo certo
Tá do meu lado
Não foge à batalha
Nóis forja o canalha
Te pego no próximo passo
Cê quer um conselho?
Cuidado com a máscara
Ela pode grudar na tua cara
Até você não se ver no espelho, nego
Pago o preço pela liberdade monopolizada
Não sou dono de mim
Logo eu não sou nada
Consegue entender, porra?
O sistema se mantém no que a gente não vê, corra
Dá mais um trago da planta boa
Que a vida tá foda
Mauro nos olha de cima
É o sistema do homem que se auto sabota
Viva Sabota
Nada mais me importa
Se eu tô com um fone ouvindo rap
Eu tranco a porta
Enxergo o alicerce corrompido dos verme
A vida suporta, mas eu não suporto
Vou partir sem dizer adeus

Mãe, eu quero que essas pessoas se fodam
Elas vão chorar o meu choro?
Elas vão sentir a minha dor?
Elas só querem sorrir meu sorriso, mãe
Desculpem o homem que o mundo me tornou
É que era eu, a solidão e um vício, precipício
Pulei de bico
Me deparei com um sonho
Acho mesmo que eu quero isso
Então vou ser verdadeiro
Mesmo a verdade vivendo mentiras comigo
Um sábio disse que ser louco
É nunca cometer a loucura de ser uma pessoa normal
Então eu mato o óbvio
Sou um paradoxo dentro dessa normalidade informal
Eu sou senhor de mim mesmo
E os verdadeiros entenderão
Pra eles é o veneno
Pra nós é o xis da questão
A diferença é a beleza da imperfeição

Foi só o preço que eu paguei
Pela liberdade na prisão dos homens
Foi só o preço que eu paguei
Pela liberdade na prisão dos homens