(Êta Boi Êta)
(Êta Boi Êta)
O meu pasto secou
Para a várzea vou
Vou subir o rio levando a boiada
O verão está forte
Como a invernada
E o cheiro de morte
Exalou meus campos
Meu novilho mugiu
Como eu triste canto
(Êta Boi Êta)
Meu gado está fraco
Meus homens também
A viagem é dura mas compensa bem
Vai cortar capim
Mando o meu vaqueiro
Dar ração pros bois
Velho companheiro
Sempre a travessia
Sempre o temporal
Todo ano enfrento
Este mesmo mal
Sempre uma promessa
Sempre a recompensa
Oferto um mamote
Ao Deus da minha crença
(Êta Boi Êta)
Êta rio Amazonas! Teus brados não me atemorizam! (Êta Boi Êta)
Êta vento que açoita meu rosto!
Admiro a tua forca mas sou mais forte que tu! (Êta Boi Êta)
Êta tempestade! Êta mãe natureza!
Não me intimidarei
Pois nas tuas entranhas eu fui concebido
E nos teus seios eu me amamentei!
E assim levo a vida
Eu dependo do rio
Na saga farinha
E me diga quem ouviu
Um caboclo chorar
Lamentar seu sofrer
Eu sou filho da terra
E aqui vou morrer
(Êta Boi Êta)
(Êta Boi Êta)