Ai, amor, que maldade é esta
Que desconheço?
Que trunfo é este
Que nunca há de falhar?
O porquê deste escárnio doce e lento
Que por fim não me derrota?
Chega de humilhação
Ai, mulher, enfia uma faca torta
Dilacera o meu peito
Termina logo
Chega de me torturar
Me deixa de vez
Deixa crédulo o meu nome
Chega de humilhação
Me enforque ou envenene
Não demore muito pro teu crime
Meu carrasco paciente
Executa logo a sentença
Me redime e me liberta
Ou talvez me acaba num grito
De um revólver
Ou dinamite
Ou numa bomba H
Ai, amor, que maldade é esta
Que desconheço?
Que trunfo é este
Que nunca há de falhar?