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Confira a Letra Último Ato

GH Braga

Último Ato

Quando o pensamento é desse jeito abstrato
Não há argumento que supere o fato
Eu fico incomodado com essa pedra no sapato
E com o cheiro árduo que afeta meu olfato

Não sei se isso importa ou se é só mais um rato
Em uma cidade morta, não restou nem um mato
Mas nunca saberemos se é verdade ou se é boato
O ser humano rendeu-se em um sentimento barato

Com minhas poucas palavras, pupilas dilato
Pessoas perdidas com medo, vou e resgato
Almas secas como o deserto eu hidrato
Ideias voam como vinagre e bicarbonato

Mente pensante hoje colocada num hiato
Dizem que é racista o livro do seu Lobato
Naquele tempo negros eram feitos de artefato
Ele não tinha culpa se era esse o formato

Acho que Monteiro não merecia mandato
Mas para o racismo não se deve estar pacato
Faça uma visita para qualquer orfanato
Lá a maioria que habita é mulato

Sobre temas importantes eu sempre debato
É exuberante o tanto de sindicato
Daqui a pouco criam até pra caçador de pato
Temos que nos unir, isso não é um campeonato

Contra a constituição cometem assassinato
Cada crime estúpido, me deixa estupefato
Somos moldados como itens de artesanato
Vamos acordar, vamos sair do anonimato

Quando o pensamento é desse jeito abstrato
Não há argumento que supere o fato
Eu fico incomodado com essa pedra no sapato
E com o cheiro árduo que afeta meu olfato

Não sei se isso importa ou se é só mais um rato
Em uma cidade morta, não restou nem um mato
Mas nunca saberemos se é verdade ou se é boato
O ser humano rendeu-se em um sentimento barato

Engato a gratidão, então, de um cidadão ingrato
Na mão da civilização que leva de retrato
A adoração de um péssimo candidato
Vence e não cumpre um décimo de seu trato

Para ver perfeito ponho lentes de contato
Enxergo todas letras burocratas do contrato
Limpando a nação como a operação lava jato
Implorando perdão, come o ladrão seu próprio prato

Que país é esse? Já indagava Renato
Onde a maldade tem mais vidas que um gato
Onde até a autoridade causa desacato
Homem brasileiro é um trapaceiro nato

Sinto o desespero, o áspero corrói meu tato
Prossigo trabalhando até minha pele ser extrato
E nesse mundo em chamas sou apenas um novato
Mas o meu dever me chama, e é de imediato

Quem trata a mãe Gaia agindo de modo gaiato
Terá que estar na hora certa e no lugar exato
Pra ver virar realidade o plano mais sensato
Agora apresentei ao mundo o meu último ato

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