Quem nunca subiu que atire a primeira queda
Do desejo de morrer nasce o poeta
Poesia torta, à toa, atua agora
Como o som do silêncio que ecoa o mundo a fora
Flutuo com tanto peso no peito
Com uma corda pendurada. Seria um dia denso
A imagem fica lenta e aflora na minha mente
Pra imaginar o futuro em um novo presente
Minha mente se desdobra num espaço solto
A densidade é tão ínfima
A loucura é tão íntima
Pobres de intensidade racional me chamam de louco
Viajo pelo tempo, nesse corpo passageiro
Se eu for antes do tempo, não tem dimensão que assegure
Que fui eu quem passou pela superfície dos ponteiros
Tangenciando os costumes
Tateando os prazeres dos céus
Pelo deserto de Deus
Morro de sede e não é por cédulas
Corro perdido por rimas incrédulas
Aberta a porta fica, estreita e leva uma vida e meia
Pra lapidar a chave pra rodar a maçaneta
A outra metade fica a espreita, entenda
Que a morte em sua vida, inveja a vida do planeta
Que somos pura poeira
Com egoísmo exacerbado
Eu com meu eu exagerado
Não espero que tu entenda