Deságua nas frestas do teu rosto
Nas rugas da tua testa
Nos pelos, no cheiro, no gosto
Na palavra pelo avesso
Não passa pelo crivo da razão
A boca cala, o corpo não
A boca cala, o corpo não
A boca cala, o corpo não
Escorre, no branco da memória
Na luz negra da garganta
A carne viva da palavra
Espreita pelo céu da boca
Desemboca na ciática e de lá pro coração
A boca cala, o corpo não
A boca cala, o corpo não
A boca cala, o corpo não
Deságua nas frestas do teu rosto
Nas rugas da tua testa
Nos pelos, no cheiro, no gosto
Na palavra pelo avesso
Não passa pelo crivo da razão
A boca cala, o corpo não
A boca cala, o corpo não
A boca cala, o corpo não