Foi no tempo das águas e no domínio dos trovões
Que apareceu no povoado, em um pouso de foliões
Dizem que era estrangeiro e que tocava um certo Blues
Mas quando ouviu um violeiro, soube que era a sua cruz
Que ele ponteava
A vida tem os seus mistérios, as suas flores e espinhos
E é sempre ela quem escolhe o tocador e seus caminhos
Mas foi em uma encruzilhada que ele encontrou o seu destino
Tocando em bares e folias, um cantador, um peregrino
E ele ponteava
Pra se tornar bom violeiro, não há contrato ou maldição
Só é preciso ter na alma esse lamento do sertão
Pois o sertão é implacável e será sempre uma escola
E o seu único conforto está no som de uma viola
E ele ponteava