Carta

Vivemos numa falsa democracia
Eu não quero ser governado
Eu não quero pagar impostos
E se eu tiver que pagar
Que pelo menos sejam bem empregados em necessidades públicas
E não em políticos filhos da puta
Eu quero que a sociedade seja alternativa
Eu quero viver o que gosto de fazer e gostar do que faço ao viver

Eu quero menos hipocrisia
Enchem a cara de cerveja e crucificam o maconheiro
Eu quero menos estereótipos, eu quero menos preconceito

Não quero que diga o que é certo, quero que me faça pensar
Quero que me mostre de perto, o que é possível alcançar

Quero conhecer o mundo inteiro, os sete mares navegar
Não, não quero dinheiro
Eu só quero amar

Isso é utopia, sim
Por isso, aqui começo o fim
Falar isso tudo é bobagem
Afinal, sempre fui uma engrenagem
Mas nunca rodei direito, sempre tive defeito
Não que fosse ruim, nunca pensei assim

Sempre pensei no que eu queria, fazer que é bom, não fazia
Mas agora eu mudei, o que eu puder fazer, farei
Meu pensamento e atitudes nunca são como eram antes
Vivendo constantemente nessa metamorfose ambulante

Pensei em entrar pra política
Criar um partido alternativo
Pensei em criar uma igreja
Sem dízimo e nada furtivo
Tudo isso pra mudar a porra desse país
Que apesar de tanta merda e filho da puta, me deixa feliz

O povo brasileiro, embora ingênuo e manipulado
É também sábio e fortemente abençoado
Pela natureza, plena de belezas indescritíveis
Por Jeová, Oxalá e mais um monte de invisíveis
Não esqueça a sua Vontade e tenha cuidado com seus desejos
Daqui a pouco, eu volto falou
Beijo