Essa é a história do meu pai
Vendedor de peixe
Botou roçado
Limpava mato e no seu rosto o cansaço
Vendedor de peixe
Botou roçado
Limpava mato e no seu rosto o cansaço
Saia cedo às quatro e meia da manhã
Em cangava o boi pra campinar no roçado
As sete e meia vinha tomar um cafézin
Era qualhada tapioca e aipim
Era bonito ver a quela plantação
Batata doce macaxeira e feijão
Já tava perto de fazer a farinhada
Lavinha mãe pra limpar mato com enchada
O tempo bom
Que não mais volta
Naquele tempo nós também limpava roça
O tempo bom
Saudade nossa
O que passou parece não ter mais volta
Ainda me lembro que eu era pequeninin
Pai me ensinando limpa o mato bem assim
Minha garganta já tava cheia de cede
E pai dizia
Vai pegar água pra matar a tua cede
O tempo bom
Que não mais volta
Naquele tempo nós também limpava roça
O tempo bom
Saudade nossa
O que passou parece não ter mais volta