notícias musicais

top 13 artistas

top 13 musicas

Confira a Letra Fúria

Kaleb César

Fúria

Eu fui forçado a apertar o gatilho
Por cada merda que cês fala na internet
Eu fui forçado a apertar o gatilho
Eu não perdôo pique Beatrix Kiddo
Vo passar cortando jugular de quem tentar ser empecilho

Black pride nas track e segura o rojão
Black Friday? Eu não to a venda, não tem promoção
E cada vez que ocês ouvir meu nome
Eu vou fazer vocês lembrar do Django
Assassinando um escravocata a cada take jão

Cada bala disparada é um grito que ecoa
Cada grito desesperado e a mãe que não perdoa
Cada mãe e a lágrima que a elite quer que escorra
Cada playboy que eu ver na rua agora é mate ou morra

Se passamos dos 27 é milagre
Mais um ano e minha coroa vibra o dia das mães no mês de Maio
Agora me diz, e na Jordão
Quem devolve a alegria em Setembro da família e da mãe do Caio

Mano eu não me esqueci de você
Irmão, ninguém aqui esqueceu de você
As balas nunca vão te silenciar
Te eternizo agora nessa track, sem adeus, é um até já

Lembra da sua velha, preterida e sozinha
Porque a cor da pele dela sempre lhe tirou o valor
Pros boy dizer que relação interracial é linda
E que a miscigenação nasceu fruto do amor

Papo de merda mas comigo não cola
Enquanto tiver Geledés na instrução como instrumento
Adquirir conhecimento é muito fácil
Difícil é discernir sobre o errado com a cabeça que é só merda dentro

Relação com mina clara, é a cura
Como se isso embranquecesse o nosso sangue africano
Uma borracha pra apagar esse estigma que machuca
Enquanto as nossas próprias mães estão lá na solidão faz anos

Até me chamam de extremista e pa (nunca mudou)
Mesma fita, encoberta com um véu muito fino
O futuro repetindo um passado sombrio
Os pior trampo é nosso, e cês juram que eu to mentindo??

É corriqueiro mas se pá, eu que sou vitimista
Talvez sejam daltônicos, só enxergam no negativo
Inverte as cor, um Ford preto, com integrantes brancos
Era aviso educado, antes dos 80 tiro

Vida passando igual flash
Um dejavù dos bons momentos a cada sirene
O coração que parece que vai sair na boca
Eu ainda tenho que ouvir que quem não deve, não teme

Troca a fita porra, que essa já ta repetitiva
Cota não é esmola e o boy não pega visão
Ainda ta pouco imagina se nois vingasse do passado
Não sobrava um de vocês contando história cuzão

Os que me escuta pede luz não tem blefe
Voa moleque, me perseguem, pedem, faz jus à responsa irmão
Eu nas letra sendo obrigado a ensinar respeito
O fã de Bolsonaro, vai dizer que meu som é doutrinação

Então toma esse sacode lírico, não tem perdão
Não tem culpa a Dona Nádia querendo me proteger
Filho, não entra nessas loja se não for comprar
Só depois de muitos anos é que eu fui entender

É que, andando pelas loja
Atraio mais olhares da Prosegur que mina gostosa, isso tá certo?
Se o seguir dos seguranças fosse follow no Insta
Eu tinha mais seguidores do que o Felipe Neto

Querem que nos sintamos iguais, não somos
Boto na conta com a soma, assino e te passo a fatura
Cês evoluíram às custas do meu povo
Pra hoje me dizer que tem que merecer pra viver com fartura

Não!
Eu vou tirar deles cada centavo
E devolver pros nossos tudo em pepita de ouro
Construímos pra eles mais do que os cara merecia
Me diz quando na história devolveram o troco

Então me explica, mas não por uma visão supremacista
Minha taquicardia quando eu vejo um carro da polícia
Nada mudou, nem eles, nem eu, somos fauna, isso é selva
É sabido que um trauma deixa um coração em alerta

Nem é a cor da minha pele não
Muito provavelmente na minha testa ta escrito ladrão né
Tão finge que não ve, que eu finjo não te ouvir
Mas a risada da vingança é do último que ri

Me jogaram bananas pra me ofender
Eu comi todas, prevenindo a cãimbra na luta contra esses bosta tio
Um símio se adapta na penumbra que vos assombra
E ataca silencioso. É só proposta, viu?

O rei da tribo, CÉSAR!
Me coroem de espinhos por tentar salvar os meus na guerra institucional
Macaco não mata macaco!
Nos protejamos entre si, que os inimigos já nos matam, é procedimental

Nos vejamos como integrantes da diáspora arrastados
Forçados, escravizados por avós
Dos netos que hojem dizem que passado é passado
Claro, 500 anos depois e o que restou pra nós?

Tamo no braço e no suor construindo o que é seu
Nossas irmãs do outro lado lavando seus pratos sujos
Acadêmicos ainda são na maioria brancos
Mema bosta, ainda tamo nos tempos de Dom Casmurro

A militância incomoda, observe você mesmo
A importância dos nossos é sangue num pano cetim
Marielle não morreria se não fosse Franca
Nem Martin Luther não era preso se não fosse King

Minha cara na manchete, a Rota comemora
Armado, assassinado, mereceu, mais um pra conta
Sou protegido pelas armas e as roupas de Ogum! Desiste!
Me mato antes só pra não te dar essa honra

Ouvi quando era criança numa festa de rico branco
Não mostra comida é preto, tudo que vê quer comer
Sua própria filha me chamou na sua casa pra comer na sua ausência
E eu comi pra caralho, só não digo o quê

Eu também lembro começou muito cedo e eu num entendia
Sandoval de Azevedo se tornou símbolo de trauma e medo
A racista da professora me humilhando em público
Eu sangue quente olhava fixo pra uma tesoura

O ódio ainda ta vivo, impera, gera os Panteras, era das fera
Reitera e coopera com a natureza da luta
As mão fecha olho no olho reaça amarela, eu lembro
Professora Cleuza, velha filha duma puta

Tracker