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Confira a Letra Trem da Avenida

Mano Fler

Trem da Avenida

Onde estará Maria aquela menininha
Sorrisin maroto, linda da pele macia
Mora na fazenda aos traco leva sua vida
Mó pedreira louca, mesmo assim tem alegria
Sonha todo dia em conhecer a cidade grande
Liga a TV e acha tudo impressionante
Te'uma foto enorme do Lula no palanque
Todo dia beija quando tá limpando a estante

Seu pai não tem dinheiro, cria gados e galinha
Ele e mais 4 camarada a bóia fria
Se pá joga até truco no torneio nesses dias
Ganhou uma novilha foi presente pra Maria
Sua mãe lembranças triste, triste sensação
Doença é chatas que ataca o coração
Já tá no caixão, e já faz um bom tempo
Mosquito barbeiro no sítio traz veneno
Veneno já é trampo jogado em plantação
Soja, arroz, tomate, trigo ou feijão
Eis o ganha-pão família pobre evangélica
Fé que nós motiva, a viver nessa guerra
Aprenda bom é Deus, pois essa é a caminhada
Jamais entregará a Bíblia lá de mão beijada
Melhor nem entregar se tiver capacidade
Existe só uma chance para vencer pela verdade

Indo na verdade, 90 quilômetros
Andados a pé, pra ir pra igreja não tem ônibus
Maria pede a Deus pra realizar seus sonhos
Ela tá chorando, grita pra contar prós outros
Em uma dessas proza ora disse uma amiga
Que a solução era ir até à avenida
Pois lá que passa um trem com milhares de pessoas
Iguais a você linda negra sonhadora
Que deposita fé no sonho de criança
Movidas a luta algumas perde outras ganha
Mas nada é impossível quando se acredita
E quem acreditou justamente foi Maria

Seu pai não acreditava que se partisse não sabia
200 quilômetro a pé tá na avenida
Dobrou a passagem do trem da avenida
Mas ela não sabia que a passagem é só de ida
Reflita

Eu tenho dinheiro, soberba tormento
O trem causa um massacre
Na bênção de Deus a espera de um milagre
Eu tenho dinheiro, soberba tormento
Yeah nada, nada serve, nada vale

Menina já chegou nessa cidade
Parando no albergue Vila Nova é humildade
Forca de vontade tem que ter pra ser alguém
Maria e mó humilde nunca viu nota de 100
Sofrer já é de lei, problemas vem de quilo
6 horas da manhã no corre do serviço
Anda mó cansada, três dias que não ranga
Se pá tá jejuando, implorando por mão branca

Não sei se tá gostando, no sítio era mais fácil
Trabalha na lavoura, alimentava o gado
Pela primeira vez já se espanta com a cidade
Pessoas conversando com tom de agressividade
Logo sai na rua não vê pássaros nem árvores
Só vê prédios gigantes, de vários andares
Pessoas até se trombam, mas não se cumprimenta
Anda estressada concentrada no problema

Logo ela repara toda hora tá tossindo
O ar é diferente, esse aqui tá poluído
Aqui não são cavalos, carros deixam rastros
Hospitais lotados de aidéticos, asmático
Vejo o olocaustro, mendigos na calçada
Implora por moeda, roupa e sonha com uma casa
Família abrigada no viaduto de concreto
Invasão de prédio, do movimento sem teto
Crianças no sinal, na pura fé pedindo
Ricos dão risada e na mão dela tão cuspindo

Para escuta um som exagerados de clamor
Pessoas que tão podres, ignorando meu senhor
Maria assustada já não entende mais nada
Vê que e diferente do que a TV passava
O Lula era um rei, assim ela achava
Agora ver que é ele o autor dessa desgraça
Que palanque fala, pura palhaçada
O povo ainda chora, sofre e morre não tem nada
Aquela foto enorme, fôra pisoteada
Maria só nas lágrimas, chora madrugadas
Toma decisão de que quer voltar pra casa
Alguns come a laranja, outros vem e come a casca
Vários já dizia que a passagem é só de ida
No trem da avenida, mas Maria não sabia
Reflita

Eu tenho dinheiro, soberba tormento
O trem causa o massacre
Não bênção de Deus a espera de um milagre
Eu creio dinheiro, soberba tormento
Yeah, nada, nada serve, nada vale

Maria não entende, essa situação
100 jovens, morrem aqui, e ela por que não?
Será o seu destino, ou não será assim
Antes que aconteça, é bem melhor fugir daqui
Mas antes do galo, novamente uma amiga
Eis que a convidou, pra conhecer dona matina
E a noite e perigosa pra quem sem envolve nela
Nunca mais se esquece, vira dependente dela
Agora se enturmou, gostou, de cantar se alegrou
Dançou, de voltar pra casa não lembrou
Cadê a menina? Louca e inocentinha
Tá louca lá no quarto de maconha de farinha

Conhece traficante, tem raiva de polícia
Tem vários amantes, na noite e dançarina
Alguns chamam de puta, outros de princesa
Pra uns ela é um tesouro, pra outros um esquema
A mulher da noite, já dá pr'outro bonde
Nele tá a morte que já ergueu a foice
Em um desses programas, ora foi desapontada
Pensou no prazer e foi violentada

Maria alertada, podre a sociedade
De tanto ouvir os outros sofreu na grande cidade
Na casa do senhor, hoje em cima do púlpito
Uma pessoa amada, conta esse testemunho
Também está dizendo que Jesus está voltando
O arrebatamento está se aproximando
Quem não se arrepender de coração fica pra trás
Seja o idoso, a criança ou o rapaz
Maria não morreu só porque o senhor sabia
Que o plano era cântico quando entrou no trem da vida
Deus é quem te guia, ama eu e a você
E com essa história Ele quer te convencer, pode crer?

Yeah soberba, tormento
Ae, essa aí eu dedico pra todas as Marias
Mulheres que perderam o filho na guerra
Mulheres que perderam o filho pra justiça
Mulheres que perderam o filho na devastação
É a tristeza que invade os coração
Marias que enfrentam, dias de visita, com sacolas pesadas
Pai, Pai, tenha piedade delas, horo, horo por elas
Oro por mim, oro por vocês, pai são Jorge, final da norte
Família IML inspirado muito louco

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