A um mês e pouco, voltei ao passado
Fui rever a terra onde nasci
Eu não esperava encontrar surpresa
Que a mãe natureza guardou para mim
Ali no corguinho onde a gente brincava
Naquele feliz tempo de criança
Apesar dos anos terem se passado
Era igualzinho, na minha lembrança
E quando eu vi ali na minha frente
Aquela água pura e tão cristalina
Lavei meu rosto, matei minha sede
E ali contemplei essa obra divina
Vi uma pedrinha no fundo do poço
Tava do jeitinho que eu conheci
Quando refleti o meu rosto na água
Percebi o quanto envelheci
Eu já não vi mais os morros da ponteira
Que meu avô fez ali na chegada
Também não vi nem o esteio da casa
O que o homem fez não sobrou quase nada
Mas o que foi feito pelas mãos divinas
O tempo jamais conseguiu destruir
Então coloquei meu joelho por terra
Meu Deus, obrigado por voltar aqui