Vou contar umas coisas que aprendo no meu viver
Único alguém que tu pode se comparar é você
Não faça sua vida uma peça pro outro ver
Do começo ao fim só você vai permanecer
Cansei de esmaecer pra ver se achava algum prazer
Pra me enquadrar no óbvio, cansei de derreter
Preta tu sempre será querida para quem merecer teu amor
Tudo que é ruim, você deixa se decompor
E vai compor a sua vida
Como a mais bela melodia
Melhor que a quinta sinfonia
Deixa o amor ser o guia
O amor faz rir
Não se brinca
O amor diverte
Não zomba
O amor dá vida
Não mata
Desilusão que devasta!
Não deixe ninguém te medir!
Menos ou mais mulher?
Sério? Isso tem que existir?
A mulher suficiente é quem se sente assim
Padrão de vida é sinônimo a limitar o existir
Aquela garotinha ainda vive aqui
O que ela quer aqui é ser feliz
Eu vou ser maior do que o que me entristece
Tudo que aprendo só me fortalece
Baixa autoestima um dia ia me matar
Por isso tive que matá-la
Baixa autoestima um dia ia me matar
Por isso tive que matá-la
Pode me julgar, quem eu sou tu nunca saberá!
A história é bem mais complexa que meio e fim
Poesia vicia, só o papel sabe me ouvir
Meu passatempo é ver a surpresa em quem julga a mim
Alguns dizem que sou lerda, mas tô sempre aqui
Uns na infância me chamavam de bombril
E hoje diz: Tá linda de trança
Me erra, se manca!
Só te dei educação, não confiança
Não confunda!
Meça seus passos
Eu sou ser humano não um artefato
Não é só ideia, são fatos!
Minha vida dirijo
Meu som eu componho
Cara, eu não tenho porta voz
Eu mesma falo
A cada passo, me destaco
A minha arte eu faço
Uns e outros só se garantem no falo
Tenho papel guilhotinada
Caneta de adaga
Mentecaptos racistas são decapitados
É por mim e por nós, irmãs, que eu nunca me calo
Alguns tem egoísmo de empatia mascarado
Promovem a desigualdade em seus desembargos
O gostinho da vitória é nosso
Se racistas querem
Que esperem queimados
É sistemático, não didático
Difícil de explicar, porque viver não é fácil
Carolina de Jesus, o mundo tá na mesma
Uns políticos têm medo das poetas pretas
Os políticos têm medo das poetas
Aquela garotinha ainda vive aqui
O que ela quer aqui é ser feliz
Eu vou ser maior do que o que me entristece
Tudo que aprendo só me fortalece
Baixa autoestima um dia ia me matar
Por isso tive que matá-la
Baixa autoestima um dia ia me matar
Por isso tive que matá-la
O governo é fake news que mata de verdade
Não sou comédia, nem tragédia
Sou realidade
Uns vivem na ficção
Pena que é verdade
Outros de atuação
E eu nem falei de arte
Assim como eles criaram fronteira
Nós conseguimos derrubar barreira
Preta tu é estrela que brilha além da atmosfera
Seguimos disputando a memória da nova era