notícias musicais

top 13 artistas

top 13 musicas

Confira a Letra Rotina

Preto

Rotina

Essa é uma história que parece normal
Parecida com outras, mas um outro final
Tive Sorte!
Foi o destino que quis
Que passasse por estas pra saber o que fiz
De errado e certo, eu não sei dizer
Mas com certeza os fatos me fizeram entender

Era domingão, calor demais, um Sol pra cada
Eu e o Tocão se sentindo em um Opala
A caminho de casa, sem camisa, som no talo
Sem dever nada, passamos no mercado
Ao entrar pra estacionar, eu já pude avistar
Pelo retrovisor, duas barca logo atrás
Já deram o farol, mas eu nem me liguei
Que dessa vez era nóis, a bola da veiz

Parei, desliguei, saímos tranquilos
Desespero dos gambé, apontando arma e dando grito
Mãos ao alto! Não entendi nada
Os cana ficaram foda porque eu tava dando risada
Falou pra mim, que eu iria rir depois
Fiquei na moral, pra não piorar pra nós dois
Revistaram o carro, encostaram, me julgaram
E queriam saber de quem era e perguntaram
Onde tava a droga, pra onde iria e quem são vocês
O dinheiro que eu tava, fui pegar quase apanhei

Nesse momento, o mercado tava olhando
Apontando, sorrindo ou até no julgando
Mas o que parece rotina, é sempre igual
Abordam os pretos, racismo estrutural
Quantas historias parecidas, com outro roteiro
Seria diferente, se não fôssemos pretos?
O que seria diferente, na madrugada escura?
Um carro abandonado, 2 pretos dentro da viatura, Vai!

Mas em Rio Preto também, outra rotina estressante
No caminho da turnê, uma batida flagrante

Perdidos na cidade procurando o endereço
Cinco caras dentro do prêmio, imagina o preço
Pros gambé da cidade, era só mais um alvo
Já era noite, carro cinza, placa de São Paulo

Cheque Mate errado, uma jogada perdida
Blefaram no jogo, cheiradão de cocaína
Já saímos daquele jeito, de quem é quebrada
Sorrisos de raiva, estampados na cara

Encostados na parede, julgamento de rotina
Quatro viaturas, imagina a adrenalina
O contratante chegou e tentou explicar
Que estávamos atrasados e iriamos tocar

E a partir dali, mudou totalmente
Perguntaram se era pagode e quem era a gente
Mesmo assim, o Sargento, falava demais
Se sentindo um Deus, quis abrir o porta-malas

Sem pressa, fui abrir, pro gambé folgado
Foi assim que ele viu o bagageiro lotado
Bateu nele a preguiça de sempre
Não quis mexer em nada e mandou seguir em frente

Foi assim também que a rotina se manteve
Mais uma batida rotineira, em cima da gente
Seguimos nosso caminho
Acabou? Talvez
A expectativa fica, qual será a próxima vez
Que seremos parados, tratados como suspeitos
Sendo violado qualquer um dos direitos
De andar por ai, sem temer o que vem
Pros pretos terá que, sempre um porém
De se preparar e viver mantendo a sina
Sem saber o que te aguarda na próxima esquina, vai

Tracker