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Confira a Letra Waters (Pa Nu Poi Koraji) (feat. Lowrasta)

Prétu Chullage

Waters (Pa Nu Poi Koraji) (feat. Lowrasta)

Não quero mais ouvir que é certo
Viver nesta linha que Deus escreveu torta
Morrer à nascença, nascer com a sentença
De quem pensa, que a minha vida não importa
Meu corpo inda é mercadoria, que esta economia trafica, importa
Gado, amontoado, no porão, do navio negreiro
Que a globalizado transporta
Cadáver inchado, achado
Afogado, devoluto nos banhos
Que a Europa tem à Porta
Cadáver linchado, deixado, pendurado
Os frutos estranhos que a América não corta

São os frutos estranhos que lhes caem aos pés
Peixes estranhos chegam com a mares

São os frutos do ódio e Ignorância
Que cria distância entre os povos do globo

São os frutos da gula e ganância
Que regula à distância os destino do globo

Marés De bombas e balas
Sob quem tomba ou faz malas pa fugir do roubo
As marés do medo e ódio
A cada episódio de racismo sem cobro

Morto ou vivo se não sou lucrativo
Não sou apelativo, motivo de troça
Mudaram as tempos, mudaram as leis
De certa forma ainda estou nessa roça
Querem que eu viva de forma passiva
Em carne viva, ferida me coça
Cidadania, pele não é branca, direita espanca
Até que o sangue faça poça
Corrente no corpo, tiro no corpo, chip no corpo
Nossa carne não é nossa
Número de seria, código de barras, identidade
Nossa vida não é nossa
Constrói preto, corre preto, morre preto, tua vida não importa
Só a cor importa, ainda estás a porta
Direitos humanos de negros derrubados pelo katrina
Reduzir o povo negro a todo o custo é a doutrina
Aforraram a nossa cor, Mediterrâneo tem novo odor
Perfumado com a dor que alimenta o consumidor

Um omi branku mata um omi pretu só pamodi omi pretu era pretu me/ (Princezito)

Minha Raça é julgada na praça, pelo ódio da massa e que a TV exorta
Minha raça quer faça não faça, é carne pá caça, que se assa não importa
Minha raça se não levanta uma taça e não dança devassa, então não importa
Minha raça que se não lava, não passa não carrega massa, então não importa

É só um corpo
Que naufraga/ um corpo que se afoga
Nas vagas das vidas
Que a Europa Revoga
Nas balas da bofia que a América advoga
Nas celas em voga
Onde a Libia Nos joga
Um corpo que cai, saúde decai
No menu do Mac, na chicken and fry
Com o sal, a gordura, da American pie
Sem 25 de Abril, nem 1º de Maio
Cativo da asai/ cativo do MAI
Indígena no SEF Indígena no CNAI

Meu corpo sufoca
Meu corpo s’inunda
No fumo dum químico
Duma água imunda
Levada pra rua onde a mágoa abunda
Mais rápido na rua a morte se difunda
Em silêncio, invisível entre barafunda
Em silêncio invisível meu corpo s’afunda

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