Ao Cadáver

Ele já não vive
Não pode mais respirar
Embora anônimo
Sua existência irá se perpetuar

Virou semente de conhecimento
É importante, você tem que ter
Respeito e agradecimento
Ao cadáver

Lembre-se que ele viveu
Sorriu e também sonhou
Mas o seu destino
É servir a humanidade que o ignorou

Só Deus agora sabe o seu nome
Não houve uma lágrima sequer
Nem ao menos uma só prece
Ao cadáver

Carne dada aos vermes
É assim que chamam o corpo
Daqueles que não vivem mais

Perturbam o meu repouso
Será que nem mesmo morto
Eu vou conseguir descansar em paz