Mulher de Dezesseis

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Há 33 ela tinha dezesseis
E eu chegava aos vinte e seis
A homarada achava um absurdo
E eu nem aí, me fazendo de surdo

O mulherio cochichava na surdina
Vejam só o velho com a menina
O papa-anjo pensa que está abafando
Que a criança o está amando
Quando assustar vai levar a pior
Será preso por abuso de menor

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Mas ela só tinha o rosto de menina
Seu corpo era um lindo corpo de mulher
E quando a gente parava na esquina
E se beijava como quem nada quer
Só pra provocar
Os homens queriam estar no meu lugar
Todos me davam pena
Sem mulher nova nem velha pra amar
Há muito tempo fora de cena
Só o que sabiam era fofocar
Falar da vida alheia
Que coisa feia!
Somente a inveja é que lhes dava prazer
Depois em casa choravam pra valer
Se lamentando, coitados
E eu nem queria saber
Enquanto fofocavam pelos cantos
Eu era amado e estava amando
Enquanto à noite namoravam o pranto
Eu recebia beijos e vivia cantando

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Enquanto achavam o nosso amor um desaforo
Mas voltavam pra casa sozinhos
Disfarçando o choro
A gente colhia flores pelo caminho
Vocês sentiam inveja de mim
Querendo estar no meu lugar
Sem um amor do seu lado
Viviam sós e desprezados
Sem ter alguém para amar

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar

Mas um ditado vou lembrar
Muito desprezo é sinal de desejo
É como vejo
Quem desdenha quer comprar