Bia
Dessa vez a carta é em forma de canção
Porque já não sei se eu aguento não
Ter de esmiuçar o que eu sinto
O que eu penso e quem eu amo
Sem me alterar
Bia
Ainda não li seu livro de poemas
Mas conservo em mim uma certeza apenas
De que estamos nessas linhas
Cada vez mais juntos
Ainda que separados
Não vou reclamar
A carta aberta é pra simplificar
O que o tempo não pode encerrar
Nessa estiagem de sonhos vazios
Não vou reclamar
O certo agora é me enterrar
Toda essa arma que não quero usar
Ao atravessar o curso desse rio
Bia
Não vou lhe falar de outra desilusão
Nem contar meus passos nessa escuridão
Deixa eu me afundar no desatino desses nós
Enquanto o tempo atravessa a minha voz
Não vou reclamar
A carta aberta é pra simplificar
O que o tempo não pode encerrar
Nessa estiagem de sonhos vazios
Não vou reclamar
O certo agora é me enterrar
Toda essa arma que não quero usar
Ao atravessar o curso desse rio