Ó musa do meu fado, minha mãe gentil
Te deixo consternado no primeiro abril
Mas não sê tão ingrata, não esquece quem te amou
E em tua densa mata se perdeu e se encontrou
Ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Com avencas na catinga, alecrins no canavial
Licores na moringa, um vinho tropical
E a linda mulata com rendas do Alentejo
De quem numa bravata arrebata um beijo
Ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal
Guitarras e sanfonas, jasmins, coqueiros, fontes
Sardinhas, mandioca, num suave azulejo
E o Rio Amazonas, que corre em Trás-os-Montes
E numa pororóca desagua no Tejo
Ai esta terra ainda vai cumprir seu ideal
Ainda vai tornar-se um império colonial