O homem é o único animal que sabe que vai morrer
Mesmo assim paga as suas contas do mês
Faz planos pro futuro pra poder continuar
Fazendo parte desse jogo sem saber se vai ganhar
Acordar pela manhã e escovar os dentes
Da janela flagra a fuga de um delinquente
Cospe nos sapatos, compra o jornal
Na primeira página: um novo quebra-pau
Tomar o capuccino pra depois fumar
No trânsito caótico, perdão pra se comprar
Do arranha-céu da praça popular
Um super-homem decide que vai voar
Será que é o fim do mundo? Oh, não!
Será que é o fim?
Será que é o fim do mundo? Oh, não!
As gravatas se misturam num trasnporte vertical
Dia-a-dia engarrafado, vida pseudo-normal
Você segue dogmas de uma dinastia burra
Abdica dos direito pra não ir parar na rua
Você engole sapos e aborta os seus sonhos
Aceita acintes todo o tempo do patrão tirano
E muitas vezes tem que enaltecer o tal fulano
Pra continuar no jogo sempre mendigando
Chega em casa sufocado, liga a TV
Sem saber que foi um lapso começa a se entreter
O que se vê é guerra e você tenta entende
Se é o fim dos tempos, se vai amanhecer
Será que é o fim do mundo? ...
Vamos urdir os fatos? É o que se ouve e vê
Apocalipse, juízo final. Nisso você pode crer
A regêcia yankee com todo o seu arsenal
Não vai sobrar pedra sobre pedra naquele quintal
A arte imita a vida e a vida imita a arte
Na explosão na tela, na real você faz parte
Desta cena de cinema e do cotidiano
Sei inferno de dante, seu Deus, seu engano
E o que lhe resta agora é só imaginar
O epitáfio em sua lápide, sua hora vai chegar
Herói? Desconhecido? Simples cidadão?
E você fez o que pôde em sua sacro santa luta por pão
Será que é o fim do mundo? Oh, não!