Ele não freou
Desgostou da vida
No meio da 101, desgovernado
Céu de maré-mar
Entrada sem saída
De cara na ré
De um caminhão de carga, tomou bote
Chamava pista de meu bem
Alto, corria bem
Mas pista não é de ninguém
E o descobriu também
Cara no asfalto e post-mortem
Sangue na roupa? Tem
Perna quebrada? Também
Tava a mais de cem
Só podia ser um zé ninguém ou um atrasado
Pista molhada ajudou também
O motorista, aquém
Não esperava ninguém
Que fosse a mais de cem
De moto além da Vila Vintém
Quem viu, gritou amém
De longe ouviu-se um plém
Desse que bateu bem
Em cheio ocasionando
Um desastre na pista