Viajando sem destino
Pelas bandas do sertão
Numa casa pequenina
Fui pedir informação
Desmontei do meu cavalo
Bati palmas no portão
Avistei uma menina
Trabalhando a plantação
Tinha um rosto tão bonito
E um brilho no olhar
Com seu jeito tão humilde
Veio me cumprimentar
Ela me deu um sorriso
Convidou-me para entrar
Me ofereceu comida
E um lugar pra descansar
Sei que ela nasceu pra mim
Jamais pensei que um dia
Pudesse amar assim
Me contou a sua história
Me falou da sua dor
Não tinha sequer amigos
Se sentia muito só
E sonhava noite e dia
Ter uma vida melhor
Muito triste era seu mundo
Nunca conheceu o amor
Tive que seguir viagem
Mas lhe prometi voltar
Ela me beijou chorando
Me pedindo pra ficar
Quando um dia lá voltei
Alguém veio me avisar
Que a menina que eu amava
Lá no céu foi me esperar
Já passaram tantos anos
Tanta coisa já mudou
Só a dor dentro do peito
Até hoje não passou
Viajei pelas estradas
Muitas vezes sem razão
Nunca mais eu esqueci
A menina do sertão