Boiadeiro tá na estrada
Com seu berrante na mão
Chamando sua boiada
Comprada lá no sertão
Toma chuva e poeira
Vai seguindo seu roteiro
É uma jornada ingrata
Na vida de um boiadeiro
Vou lhe contar uma história
Do boi chibante conteiro
Na travessia dos rios
Ele era sempre o primeiro
Uma pesa no rio grande
Bonito, vivo no porte
Nas águas, salta na frente
Mas se afunda, encontra a morte
Na outra margem do rio
Sob o chorar do berrante
A boiada está reunida
À espera do boi chibante
A noite vinha caindo
A dor apertando mais
Notícias do boi chibante
Não chegariam jamais
E sempre ao passar por lá
Revejo sua visão
E sinto uma grande mágoa
A sangrar meu coração
Toma chuva e poeira
Vai seguindo seu roteiro
É uma jornada ingrata
Na vida de um boiadeiro