Eu pintei na tela do meu pensamento
O mais lindo quadro que já se pintou
Uma casa com varanda e dentro dela
Alguém me completando no amor
E lá fora uma rede a balançar
Sobre o som da cachoeira cor de prata
Era ali o paraíso em plena terra
Sobre o verde colorido de uma mata
Eu ficava sem ter dia, sem ter hora
Nos braços dela ou no braço da viola
Eu ficava sem ter dia, sem ter hora
Nos braços dela ou no braço da viola
E assim a minha vida eu levava duetando
Com o dolente sabiá
O rangido da porteira ecoava com o vento solto sob o luar
Da janela lá de casa eu avisava
A boiada que sumia no espigão
E aos poucos a poeira ia baixando
Deixando acidentado o meu pingão
Passo a passo nossos corpos se encontravam
Se entregavam sem deixar para depois
Parecia que a própria natureza
Caminhava de mãos dadas com nós dois
Se eu pudesse transformar em realidade
Esse quadro existiria para mim
Pendurado na parede do destino
Com certeza eu não sofreria assim