Que distopia, paredões em movimento
Ninfeta é o alvo, o lança faz efeito
Jovens precoces, estatísticas superam
Vestidos curtos, maquiagens que revelam
No meio fio da calçada, ela espera o amanhecer
Olhos cansados, um bebê que acabara de nascer
Aos dezesseis, sua inocência agora arde
Ela dança com demônios, enquanto o mundo aplaude
Os rapazes passaram, promessas no ar
O gim e o narguile, ficaram pra trás
Moralmente derrotada, num castelo de areia
No batidão, chapou, caiu na teia
Na cidade do paredão, tudo parece perfeito
Trocou sua infância, consequência e efeito
Maternidade precoce, sonhos desfeitos
Alma sem cores, Destino aceito
Telefones brilham, os olhos estão opacos
Conexões virtuais, desconectados
O amor é um emoji, um nudes, um like
A vitrine dessa geração, num mega byte
Ela segura seu bebê, olhando para o céu
Perguntando onde estão os anjos nesse carrossel
Sua lasciva conivência, por pouco se vendeu
Como um gado no abate, ela se rendeu
Na cidade do paredão, tudo parece perfeito
Trocou sua infância, consequência e efeito
Maternidade precoce, sonhos desfeitos
Alma sem cores, Destino aceito
Ela canta uma canção de ninar
Lágrimas no olhar
Memórias a suplicar
A Lua testemunha, solidão profunda
Moralidade despedaçada, orgulho que afunda