O amor é como um suco de araçá
Tal qual o desmantelo das manhãs
Mais cedo o Sol queimou minha pele
Enquanto eu me afogava no sal
Eu vi você fugir pro além-mar
Eu digo, eu choro, eu peço que não vá
Não colha esse fruto temporão
Há coisas que se abrigam no tempo
Espere, eu te faço um chá
Enquanto o pequi vinga no quintal
Eis, então, o Acre guariroba
Quão eterno foi o seu amor?
Diz ao tempo que correras contra
Do frio afeto às vésperas do adeus
Senti o dia me atravessar
Bebi do desespero, solidão
As ruas se exibiram vazias
O belo a sua face ocultou
Eu berro e espero a sua decisão
Reparo a madrugada a me abraçar
Meu peito queima, rasga e faz doer
Meus pés encaliçados da estrada
Desenham um novo rastro no chão
Te espero para um novo amanhecer
Te espero para um novo amanhecer
Te espero para um novo amanhecer