No correr da vida tinha um boiadeiro
Que tocou boiada por este Brasil
Restou somente um berrante triste
Que por muitas vezes tocando se ouviu
Como todos sabem que aqui tudo passa
Assim foi o tempo deixando pra trás
A felicidade de ser boiadeiro
De ser nesta vida um peão estradeiro
Sempre acompanhado de seu capataz
Lá lará lará lará
Lá lará lará lará
Lá lará lará lará
Uê uê uê boi
Quantas noites frias de cruel inverno
Sobre um baixeiro estendido no chão
Seu gado pastando invernada afora
E ele dormindo na escuridão
Sonhando talvez com os dissabores
Que a vida oferece a qualquer instante
Mas ao mesmo tempo vê que está errado
E que é o progresso que está adiantado
Transformando tudo num Brasil gigante
Lá lará lará lará
Lá lará lará lará
Lá lará lará lará
Uê uê uê boi
E hoje sentado em sua cadeira
Em frente seu rancho a beira da estrada
Fica repicando seu velho berrante
Para relembrar sua vida passada
Decepcionado com as mãos no rosto
Derramando lágrimas de solidão
Por pensar que o tempo que passou não volta
E nem mesmo a vida já não lhe importa
Porque neste mundo tudo é ilusão
Lá lará lará lará
Lá lará lará lará
Lá lará lará lará
Uê uê uê boi