Noite de inverno gelado
Ela vem pelo costado e se esconde no galpão
Trança a clina da potrada
Canta dança e dá risada, metendo medo no peão
É a bruxa aqui da estância
Que assombrou minha infância e hoje voltou pra assombrar
Que me espia da janela, do meu rancho sem tramela
Quando empeço a milonguear
Bruxa véia campesina
É uma formosa china que se perdeu por aqui
Te canto essa melodia
Pois eu sei que todo o dia vem pro galpão pra me ouvir
Dizem que tu é malvada
Que tu é alma penada e que não tem coração
Sei que tu é muy gaúcha
Me responda dona Bruxa porque ronda meu galpão?
Em noite de lua cheia
Tua vassoura veiaqueia e até escuto os laçassos
Essa Bruxa é muy gineta
Crava espora na paleta e até arranca pedaço
Pra mim que vivo lidando
Junto uns cobre trabalhando nessas estâncias gaúchas
Pouca coisa não me assombra
Pois a miséria que ronda, é pior do que essa bruxa
A senhora não se acanha
Bruxa veia de campanha venha pro galpão comigo
Com grande satisfação
Vou cevar um chimarrão, pra matear junto contigo