Saltei cedito pra lida acordo disposto
Senti o gosto do amargo bem cevado
Juntei as garras e apertei num flete bueno
De andar sereno este crioulo gateado
Manhã comprida de um janeiro mormacento
Desses que o Sol esquenta até a alma do peão
Me vou pro campo preparado pra peleia
Que a briga é feia com a eguada e os redomão
A campo fora recorrendo invernadas
Mangueio os fletes pro potreiro do espinilho
E na mangueira, com a tropa já formada
Escolho a dedo os cavalos que eu encilho
Todo são potros pra o capricho da minha doma
Que apartei pra amanunciar ao meu jeito
Sovando as garras basto, pelego e carona
Ensino aos potros que um peão merece respeito
Trago a cabresto pra mangueira um Colorado
E um gateado com fama de caborteiro
Tem um cebruno, meio torto e desconfiado
Que palanqueado escaramuçou o dia inteiro
Potros que trazem procedência e tutano
Qual o minuano vento forte cerne puro
Deixando escrita nessas páginas de glória
A xucra história do Rio Grande pelo duro