Se você é um cachorro de rua tem que se virar
Pois não existe uma madame pra te sustentar
É isso que acontece se você já ta crescido
E o preço da liberdade um bem merecido
Pra sair de casa será que ta preparado
Na rua é cada um por si e geral bolado
Late e morde, pois, a matilha é grande
E se não se impor vão tirar o teu sangue
Mergulharam ao escuro, mas encontraram a saída
Que não é um pórtico, e sim o término da vida
Fugindo da policia e se alimentando no lixão
É assim que se encontra a situação
Não me deram abrigo, recebi muita porrada
É assim a minha vida, sendo movida a patada
Bebem nosso sangue no santo castiçal
E consomem a violência isso é tão fosse normal
Abane o rabinho se quer comida boa
E não fique de bob se coçando a toa
Se prepara, a carrocinha vai chegar
E se ver homi é pra mula picar
Pra cada rua tem alguém pedindo esmola
Pra cada rua tem tem uma garrafa de cola
Então bate no peito e levanta a cabeça
Se a perna bambeia seguramos na mesa
O sussurro se transforma no verbo gritar
Mate aqueles que querem te matar
Qualquer um que impeça de ir em frente
Gentinhas que tentam atrofiar nossa mente
Mas pela minha retina vejo que não dependo da morte
Tento andar na linha dependendo da sorte
A sorte é apenas um ponto de vista
Um dia ta no trono e no outro ta na pista
Eu sismo em acreditar em tentar ser feliz
Morando no nosso paraíso que sempre se quis
Mas o paraíso não existe, o perigo é interno
A gente ta na Terra, a gente ta no inferno!
Abane o rabinho se quer comida boa
E não fique de bob se coçando a toa
Se prepara, a carrocinha vai chegar
E se ver homi é pra mula picar
Não é fácil levantar e bem melhor sonhar
Num pesadelo real que nos impede de raciocinar
Viver é foda encarar o dia a dia
Conseguir resistir a monotonia
A violência e a miséria, crias do nosso sistema
Que não assume a responsa de criar esse problema?
A violência e a miséria, crias do nosso sistema
Que não assume a responsa de criar esse problema?
As roupas e as mãos manchadas de sangue
E só fico em paz com aquele som do mangue
Pensei na tua volta, mas nem teve a ida
Mergulharam ao escuro, mas encontraram a saída
Que não é ideia pragmática de ter de sofrer
Mas a minha certeza, só morre quem nascer
Mas se tem Céu ou Inferno já é outro papo
O poema já acabou e isso agora fica de lado