Enquanto a música ronca
Uma valsa maviosa
Vou mudando de avenida
Olhar a minha dengosa
Vou á predileta
Que é Carapinima
Dos bancos escuros
Do primo, da prima
Das capas bordadas
Do velho burguês
Das lindas viúvas
Do povo Cortez
Das pretas Chuquinhas
Das Lauras mimosas
De grossas pilherias
Respostas gostosas
Onde o milionário
E os sábios doutores
Têm seus reservados
Supimpas amores
Depois de um cálix de Cumbe
Ou coisa mais agradável
Me estendo p’ra Mororó
Que é avenida impagável
Das saias de chita
Criadas faceiras
Bandos de meninas
Risadas, carreiras
Ampla liberdade
Do povo contente
E onde se veem
No meio da gente
Beliscões, beijocas
Bofetes, pancadas
Empurrões, apertos
Respostas salgadas
Porém todos gozam
Todos fazem vasa
Até nove e meia
Que eu volto p’ra casa