Tiros perdidos, vozes no silêncio
Quem paga o preço é sempre o inocente
Corações partidos, lágrimas no chão
A quebrada grita, pede redenção
Tarde de domingo, criança na calçada
O jogo da vida muda com uma bala errada
Mãe ajoelhada, gritando por justiça
Mas quem tá no comando ignora a premissa
Vejo o medo nos olhos da minha gente
Sonhos cortados por um fogo intermitente
Nas ruas sujas, entre becos e vielas
A paz parece um mito em meio às favelas
Tiros perdidos, marcando o destino
Cicatrizes profundas no nosso caminho
Gritamos por paz, mas só ouvem o eco
Num mundo onde a vida vale menos que ferro
Cada disparo é uma história interrompida
Um futuro apagado, uma alma perdida
Eu caminho na sombra, mas busco a luz
Carrego no peito quem a guerra conduz
Na escola da vida aprendi a correr
Entre sirenes e gritos, difícil viver
Mas minha voz é bala que ninguém desvia
Falo pela quebrada, canto pela família
Tiros perdidos, marcando o destino
Cicatrizes profundas no nosso caminho
Gritamos por paz, mas só ouvem o eco
Num mundo onde a vida vale menos que ferro
Quem vai cuidar dos nossos sonhos agora?
Quem vai acalmar quem só chora lá fora?
Enquanto o sistema alimenta essa guerra
Eu levanto minha voz e defendo minha terra
Tiros podem calar, mas não vão me deter
Sou a voz dessa gente que só quer viver
Com cada rima, carrego uma missão
Transformar o caos em revolução