O abismo te olha
Te assusta, escolhe
Fuja enquanto pode
O mundo te protege
Se esconda e espere
Nem um passo a mais
Volte para entender
Tente mais uma vez
Siga a melhor direção
Temos que saber se vamos
De onde estamos vindo
Onde está escondido o perigo
Tenho que ir
Vou conhecer
Descobrir as lendas
Embrenhar pelas fendas
Ler as mensagens
Decifrar as origens
Entender as miragens
Dos sonhos a cumprir
Nas cavernas, eternas
Vou também escrever
O que fiz e vou fazer
Ninguém pode me punir
Vou deixar esse caminho
Direi as verdades
Todas as insanidades
Que puder lembrar
Nas cavernas não se mente
Mesmo que alguém atente
O que basta é a razão
Um lugar de se esconder
Do calor, da umidade, da loucura
Um lugar imune, das surras
Das perdições, das punições
Um mergulho no infinito
Profundezas esquecidas
Ainda vivas e mantidas
Pela suprema natureza
Um recanto sem canto
Com sons de encanto
Das pedras indefesas
Quando souber mais
Nessa minha expedição
Contarei o que encontrar
Talvez eu cante sem parar
Para sempre me lembrar
E te lembrar de cantar