Lambuza

Julgam a minha forma de enfrentar meus problemas, mas ninguém tem a capacidade de enxergar
Eu enxergo meus problemas com meus próprios olhos

Primeiro busão e o Sol nem nasceu
São duas horas em pé, até chegar no lugar
Onde eu passo o mês, é preciso trabalhar!
São 15 horas por dia sem poder descansar, é correria pé no chão mão calejada
Sem dinheiro no bolso e as contas não tão pagas

Tem mano que diz que a favela venceu!
Tempo roubado esperança adiada, abro o armário, eu não vejo nada!
Era o barraco caindo e minha mãe assustada!
Eu já vou fazer 40, e nunca tive nada!
É uma história vazia, de quem ama a quebrada!

(Os papo torto)
Corrente de ouro, carro alugado, like comprado, vídeo flopado, é o inimigo do estado?
Streaming bate milhões e ninguém nunca ouviu gasta tudo que tem, nem tá no top Brasil!

Acorda irmão eu quero ouvir tua alma!
Minha rima é pura speed flow constrói
A palavra é arma, cura ou destrói

A juventude se perde e cai na ilusão
Ostentação na favela é um prato de feijão
E quando tem viu!

Artista de mentira não vale porra nenhuma
Ostenta até o que não tem, nunca comeu ninguém, tá pensando que é alguém, nunca viu nota de 100

Quando não tinha, não queria!
Agora tem se lambuza!
Pega tudo emprestado Acelera hayabusa

Acelero meus passos
Perdi o busão da matina
O patrão já tá puto, vou dobrando a esquina, se me mandar embora, vou voltar pra escola
Vou fuma uma marola, antes de fazer prova, volto até jogar uma bola
Dou um rolê com a mulher, você sabe comé né?
Tem que dar atenção
Os talarico tá de olho, na mulher do patrão!

Se eu quiser vender bala dentro do busão (ae moto vai uma bala ai?)
Obrigado pela atenção!
Eu posso rimar no trem mas passaria fome, meu flow não tá afiado, sou MC sem nome!
Poderia está matando, roubando, me destruindo mas estou aqui pedindo sua atenção
A rima maluca que causa confusão

E por tudo que falei: Nem me apresentei nem preciso falar nem vou me apresentar
E um jogo sujo onde eu não me encaixo, tem mais barraco no mundo, que música de sucesso
Eu termino aqui
Faço imortal os meus versos!