Dois jovem se casava no arraiá de São José
Morava a felicidade no seu rancho de sapé
O marido arranjô uma amante e desprezô sua muié
E largô da sua esposa, foi simbora do povoado
Foi vivê com sua amante, esqueceu o dever sagrado
E, um dia, ela falô, com seu jeito enciumado
Vai dar fim na sua esposa pra nói viver sussegado
Já vencido da paixão, como quem tá enfitiçado
E matô sua muié, enterrô num discampado
Vivero assim muitos ano, como quem fosse casado
Fôro tirar um retrato por lembrança do passado
Quando a foto revelô, no retrato apareceu
Entre a amante e o assassino, a esposa que morreu
Toda coberta de flor, num caixão que ele não deu
Ao lado dela, um fiinho que, por crime, não nasceu
Vendo isto, o retratista na Polícia apresentô
Eles fôro condenado, o assassino confessô
Ficaro os dois na prisão, conforme a lei condenô
Castigo da Providência, justiça do Criador