Cabelos brancos, pintados de geadas,
As mãos calejadas do bom cevador,
Uma cevadura de erva, da buena,
Pra tragar as penas do trabalhador.
Taura guarani, de sangue tapuia,
Manejando a cuia com bomba de prata,
Figura central da cultura gaúcha
Que Barbosa Lessa bradou em La Plata.
Figura trigueira, de sol da Província,
Com mãos de perícia pra cevar o mate,
Rito hospitaleiro, que venceu fronteiras,
Na mala campeira do velho mascate.
Uma seiva verde na Era de Aquários,
Um hábito lendário, vindo das Missões.
A princesa moura no alto do Jarau,
O pampa em que Blau plantou tradições.
Quem prepara mates de cordialidade,
A fraternidade nasce e frutifica...
A boa convivência está em cada gesto
Do homem modesto, com alma tão rica.
Se tanto já louvamos ginetes, tropeiros,
Patrão e posteiros, o poeta e o cantor,
Trazemos um abraço fiel e macanudo,
A quem une tudo: o peão cevador!