A água que corre descendo a cascata
No meio da mata, ao lado do moinho
Que roda, que roda, ao rumo do vento
Num tranco bem lento, esquecido, sozinho.
É pedaço de um tempo que há muito passou
Porém, ele ficou, rodando ao léo
Levando consigo nacos de esperança
Moendo lembranças e jogando pro céu.
Meu velho moinho, requícios de um tempo
Que soprado ao vento pra longe se foi
Restou a saudade, comigo, agora
Moinho de outrora, puxando à boi.
E cada lembrança tornou-se uma estrela
Daquí posso vê-las, em campos do infinito
E hoje na terra o tropeiro é o moinho
Indicando o caminho, tropeando solito.
Quem dera que a vida não tivesse pressa
Pois ela começa num sonho menino
E os homens no mundo, com fé no futuro
Não andassem no escuro, sem saber seu desino.